segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Alguns passos iniciais para se Informatizar - parte 2


Vejamos agora alguns items essenciais e básicos que precisam ser observados num verdadeiro processo de informatização. Há outros, mas sem estes no início, não podemos nem falar que o processo deu start.
Integração
Neste momento, é bom definir e entender o que é integração. Quando, num sistema de computador, as partes funcionam independentes umas das outras, sem interligações, não haverá integração. Integração pressupõe interligação e é necessário que as partes que compõem o todo estejam ligadas umas às outras em todas as suas características.
Por exemplo, se num software (programa) de computador, há necessidade de redigitar os dados de um documento (uma nota fiscal, por exemplo) por 2 ou 3 vezes para cada departamento que dela necessite, não há integração. A partir do momento que se digitou os dados da nota fiscal, esses dados devem servir aos processos de estoque, financeiro, contábil e fiscal (para falar dos básicos) sem necessidade de se digitar novamente os mesmos dados. Se o software exigir a digitação de um mesmo dado várias vezes sem reaproveitar o que já foi digitado em outros lugares, não será um software integrado.
Esse é um exemplo de não-informatização. Ou seja, se o computador existe para digitar os dados e imprimir numa impressora, mas nenhum trabalho é aproveitado, que seria uma das principais característicsa do sistema computadorizado. Neste caso, o número e o código ou nome do fornecedor é digitado várias vezes, repetidamente, em cada um dos processos, sem reaproveitar o trabalho feito anteriormente.
Isso é o que chamamos de retrabalho (refazer o mesmo trabalho mais de uma vez), que um verdadeiro processo informatizado não deveria permitir. Ao refazer o mesmo trabalho manualmente, corre-se o risco de cometer erros e há, sem dúvida, uma perda de tempo desnecessária.
Qualidade da informação
O fato dos sistemas computadorizados aproveitarem o trabalho que antes exigia muitos departamentos ou muitas pessoas para fazer, faz com que muitos acreditem na fábula que o computador está tirando o emprego de muita gente. Isso não é verdade.
Se o computador está tirando o emprego de muita gente, é porque as empresas ainda não entenderam quais as vantagens da informatização. E uma delas é, sem dúvida, a melhoria da qualidade da informação.
Ou seja, antes da informatização, para datilografar uma nota com vários itens era necessário escrever o nome de cada produto constante na nota, assim como os dados de nome do cliente, seu endereço (de entrega, cobrança etc.) e outros itens a cada vez que fosse escrever uma nota dessas. E, se por algum erro, fosse necessário redigitar, o trabalho era todo perdido. No caso da nota que entra na empresa, dados repetidos em vários departamentos (como almoxarifado, contabilidade, financeiro etc.), causam uma utilização de tempo desnecessária.
Atualmente, os dados são digitados apenas uma vez, talvez por algum auxiliar de escritório que insere todos os tipos de dados da Nota Fiscal para os departamentos interessados. Uma só pessoa insere dados para o estoque, financeiro, contabilidade etc. Cada departamento fará, após essa inserção, uma análise cuidadosa dos dados inseridos e fará, quando necessário, correções de eventuais erros, sendo que não será necessário o retrabalho de digitar tudo novamente, mas será tudo apenas conferido e corrigido, quando necessário. Assim, cada departamento cuida apenas dos dados inseridos que são de sua competência e o trabalho inicial poderá ser melhor aferido, com o mesmo número de funcionários que a empresa sempre manteve, pois a principal função da informática é melhorar a qualidade da informação e baixar a zero a quantidade de erros que ocorrem nestes processos de inserção de dados, e ainda aumentando a possibilidade de inserir novos tipos de informações e de análises que ajudem os gerentes, diretores e proprietários das empresas a saberem como anda, exatamente, a saúde administrativa da empresa.
Olhando para empresas menores, que não têm departamentos e um digitador dedicado, pode-se pensar no trabalho que daria anotar num caderno ou num controle à parte (mesmo que seja no computador), todos os items repetidas vezes. Talvez seja mais fácil fazer o controle de uma única vez, tendo integrados os dados necessários. Por exemplo, se uma mercearia deseja saber quantas compras um determinado cliente fez e quais items ele comprou em determinado período, teria um trabalho impossível de realizar manualmente, tendo que anotar num caderno item por item da compra realizada. Mas num processo informatizado, isso é automático e integrado, facilitando os processos de conferência e controle. Até porque, num processo informatizado, a cada venda informa-se apenas o código do produto e, todos os dados relacionados (descrição, valor etc.) são automaticamente vinculados a essa informação do código, evitando ter de escrever todos os dados, mas permitindo que se tenha todos esses dados à disposição.
Por isso tudo, ao optar por um (real e verdadeiro) processo de informatização, o empresário ou comerciante deve atentar para o fato de melhorar seu controle e métodos de análise do seu negócio e não ter em mente apenas aposentar a máquina de escrever.
Treinar para melhorar
Informatização é, portanto, uma tríade composta de:
Hardware (equipamentos como computadores, impressoras etc.)
Software (programas administrativos, utilitários, de entretenimento etc.)
Peopleware (pessoas que operarão o computador: programadores, digitadores etc.)
Nesta tríade, a parte mais importante e mais ignorada é, geralmente, o peopleware, ou seja, as pessoas que utilizarão os sistemas informatizados da empresa. Não poucos casos há de empresas que compram computadores e os colocam na mesa de seus funcionários sem qualquer preparo e pedem para que eles agora façam tudo pelo computador, acreditando que isso é informatizar a empresa.
Este é, na verdade, um dos maiores erros.
Logo o funcionário percebe que não sabe ir muito além de digitar alguns textos (sem utilizar todos os recursos do processador de textos), talvez aprenda a jogar paciência no computador e verá que sua produtividade, em vez de melhorar, piora porque agora, como ninguém mais aceita textos datilografados na máquina de escrever e o funcionário não quer parecer “para trás”, irá fazer o texto no computador, mesmo que demore 3 vezes mais do que se fosse datilografado. Claro, estou falando quando o funcionário não tem, ainda a devida qualificação na utilização destes processos.
Portanto, ao se informatizar, deve-se ter em conta que o treinamento é primordial nos processos de realizar um bom serviço à empresa. Não é possível colocar computadores numa empresa sem que seus funcionários saibam utilizá-los da melhor forma possível, a fim de realizarem um trabalho mais rápido e de uma melhor forma. O computador é, com certeza, mais produtivo que os processos antigos utilizados, desde que se saiba utilizar os processos corretamente.
Quando um novo sistema de informatização entra numa empresa, uma das maiores dificuldades é a resistência dos funcionários que sentem-se inseguros em até perder o emprego por causa da nova tecnologia e resistem ao uso ou ao sucesso da nova empreitada. É necessário oferecer um treinamento que venha a conscientizar e preparar tecnicamente para uma melhor utilização dos processos informatizados.
Outro engano que ocorre com frequencia é achar que, pelo fato dos funcionários já saberem utilizar bem alguns programas específicos (como um processador de textos, um controle contábil ou uma planilha eletrônica), conseguirão também utilizar todos os recursos de um software diferente, feito com um propósito específico. Cada software necessita de algum treinamento específico, por mínimo que seja. Quanto mais iniciante a pessoa que irá utilizar, maior a necessidade de treinamento nas áreas básicas. Caso a pessoa que irá utilizar o sistema já saiba operar alguns items do computador, necessitará, mesmo assim, de um treinamento específico e de adaptação para o novo sistema que está sendo utilizado.
Com certeza, o treinamento bem feito é o item mais importante para uma boa informatização da empresa.




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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Alguns passos iniciais para se Informatizar


Muitos confundem e ainda não entendem o que é informatização. Alguns pensam que comprando um ou alguns computadores e utilizando a internet para algumas atividades estão informatizando sua empresa ou sua casa.
A informática moderna teve seu início antes dos anos 50 nos EUA com os primeiros computadores. Nos anos 60 e 70, com o advento do microchip, iniciou a era dos microcomputadores (final dos anos 70). Foi somente nos anos 80 que o computador ficou mais próximo de cada um, sendo possível ter uma máquina dessas sobre uma mesa de uma única pessoa, tornando-se então um computador pessoal (ou personal computer, donde vem a sigla PC). Isso porque antes o computador ocupava salas ou andares inteiros de edifícios. Mas essa personalização ficou ainda em “banho-maria” durante a década de 80.
Downsizing
Foi somente no final da década de 80, com o movimento do downsizing (substituição dos grandes computadores centralizadores de todo trabalho em grandes empresas e universidades por redes de microcomputadores interligados, dividindo as tarefas) que os computadores chegaram, finalmente, às mãos de cada um. Nesta mesma época, não fossem os aplicativos que deram uma razão de ser às máquinas, também não teria tido a popularização que alcançou.
E foi apenas no início dos anos 90 e, aqui no Brasil, depois de 1995, que a Internet possibilitou um uso mais abrangente e popular do computador. Hoje, pode-se dizer que muitos que têm um computador sabem pelo menos usar alguma parte da internet, mesmo que não saibam o que seja uma planilha eletrônica, um processador de textos ou banco de dados.
Informatizar x comprar computadores
Porém, essa maravilhosa popularização trouxe junto uma falsa idéia, que ainda precisa ser trabalhada, de que colocando computadores em casa ou no escritório para que todos possam usar fará com que minha empresa seja informatizada. É um engano! Isso porque poucos entendem o que significa informatizar. Tomando por ponto de partida o Aurélio, temos que informatizar é “1. Adaptar (métodos tradicionais de trabalho ou atividade) ao uso de sistemas computadorizados: 2 Equipar (uma instituição, uma empresa, etc.) com sistemas de computador”.
A expressão-chave, nestes casos é “sistemas de computador” ou “sistemas computadorizados”. A palavra sistema indica, ainda tomando por base o próprio Aurélio, “1. Conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre os quais se possa encontrar ou definir alguma relação. 2. Disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que funcionam como estrutura organizada”. Ou seja, há partes que formam um sistema computadorizado, e que devem trabalhar de forma coordenada, para vir a ser uma informatização.
Podemos dividir estas partes em: 1. hardware (que são as máquinas, como: computadores, monitores, teclados, impressoras, scanners, modems etc.), 2. software (os programas de computador, por exemplo: controle contábil, programa de desenhos, tocadores de músicas, programas gráficos etc.) e 3. peopleware (somos nós, que realizamos as operações no computadore: programadores, operadores, usuários etc.).
Se apenas comprar computadores e colocar em alguma empresa para alguém usar, apenas algumas partes do processo estarão sendo feitas, e de forma descordenada e bagunçada. Para ser um “sistema computadorizado” é necessário que as partes estejam coordenadas, integradas entre si. Somente assim poderá se dizer que houve informatização. Se alguns requisitos não forem observados neste processo, corre-se o risco de achar que o computador atrapalha mais do que ajuda nos processos da empresa. No próximo artigo, vamos falar sobre algumas destas características.



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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Informatizar para melhorar


Há quase 25 anos atrás, li um artigo que dizia sobre o futuro da informática. Nele, o autor dizia que com o advento da tecnologia e dos computadores trabalhando por nós em muitas atividades até então realizadas manualmente, sobraria mais tempo para nós mesmos e para a família (lazer, estudos, interação social etc.). Além disso, sobraria tempo para aperfeiçoar os produtos e métodos de produção até então empregados, fazendo com que o consumidor tivesse, cada vez mais, um produto melhor.
Bem, podemos ver hoje, que parte do que ele previu se tornou realidade e outra parte não. Quem trabalha com informática e nos processos que exigem conhecimento técnicos do computador não tem tanto tempo a mais assim. Estão sobrecarregados por muitas tarefas que precisam realizar e, por falta de quem saiba fazer também, não podem dividir o trabalho, mesmo que queiram. Na área de informática, falta especialização e algumas empresas não encontram certos profissionais.
É parecido com o que ocorreu na época da revolução industrial, quando as máquinas tomaram conta mas, nem por isso a carga horária diminuiu. Pelo contrário, quem se dispunha e sabia trabalhar com elas, tinha de se submeter a muitas jornadas longas. Temos que aprender com a história. O mundo muda, as pessoas mudam, a sociedade muda. Hoje, um emprego de torneiro mecânico, metalúrgico, já não é tão valorizado quanto há alguns anos atrás. Essa valorização tornou o sindicato dos metalúrgicos tão forte no Brasil como era há alguns anos, a ponto de conseguir elevar uma liderança à Presidência. Hoje, os metalúrgicos não são tão fortes, porque as máquinas e robôs informatizados tomam vários lugares em montadoras e em outros lugares. Quantos tipógrafos ainda existem e resistem ao poder dos processadores de texto e dos programas de editoração eletrônica?
Mas o número de empregos não diminuiu. Apenas parte da sociedade não percebeu que migrou. Muitos procuram emprego em áreas onde já não há mais espaço, não há mais oportunidade. As áreas criativa, ecológica (engenheiro ambiental, controle de poluição, coleta seletiva etc.), e de aperfeiçoamento de processos (se hoje é mais fácil fazer o trabalho, há uma busca constante pelo melhoramento da qualidade da informação e dos produtos, o que abre espaço para pessoas que desejam melhorar essa qualidade) devem estar em alta e compensam os empregos perdidos nas outras áreas. Mas muitos não percebem isso e, assim, uns ficam sobrecarregados, alguns lugares com falta de trabalhadores e outros ficam sem emprego. As coisas mudam. A informatização veio para ficar e mudar muita coisa. Basta que busquemos um aperfeiçoamento e, com o tempo, as coisas voltam a se encaixar.
Conseguimos aperfeiçoar processos e a qualidade de muita coisa. Espero que estejamos, agora, caminhando para aperfeiçoar as relações familiares e de amizade.




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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Bug do milênio X youTube (parte 3)


Hoje, sistemas de streaming (oferecer conteúdo áudiovisual sob demanda, na hora que o usuário deseja, pela internet) oferecem filmes, músicas e muito mais. NetFlix, youtube e outras redes sociais têm seus conteúdos cheios hoje em dia com quantidades que eram inviáveis poucos anos atrás. Isso possibilitou uma revolução nos meios de comunicação. As televisões tradicionais vêem sua audiência ser tomada pelas atrações disponíveis na internet. Afinal, na internet eu vejo o que eu quero na hora que eu quero. Não preciso esperar pela hora determinada pela empresa que transmite.
Mas o que possibilitou tudo isso? Afinal de contas, poucos anos atrás, na virada do milênio, muitos se preocupavam com o bug do milênio, um problema cuja origem estava no fato de muitos terem, no passado, economizado espaço de armazenamento em disco eliminando 2 dígitos do ano, nos registros de datas. E agora, poucos anos depois, há espaço para que pessoas grave e postem conteúdos os mais bizarros e inúteis possíveis. Claro, tem os úteis e bons também. Mas se considerarmos como, há pouco tempo atrás, o espaço de armazenamento era valioso e raro, e hoje se colocam vídeos que não dizem nem transmitem nada, podemos ter uma dimensão da grande guinada que esta situação teve.
E o que possibilitou tudo isso? A tecnologia de armazenamento deu saltos gigantescos nestes últimos tempos. Discos rígidos com espaços cada vez maiores e novas tecnologias de armazenamento baratearam o custo para se guardar informações de uma forma inacreditável.
Antes, preocupava-se em economizar 2 dígitos na data. Agora, pessoas tiram fotos com seu celular, sem critério e armazenam às vezes cópias de uma mesma foto, apenas para brincar de editar com elas.
Toda essa evolução foi possível graças à abundância oferecida no armazenamento. A informação corre tão rapidamente e com tanta abundância no mundo, que ficou difícil agora selecionar o que ver, o que assistir. Todos podem publicar, armazenar, gravar. E o difícil é saber o que dar atenção nesse mar que se tornou a internet.
Mas uma coisa é certa: a velocidade desta evolução é assustadora. O mundo virou do avesso por causa deste processo. A comunicação entre as pessoas mudou, a forma de ver notícia mudou, a maneira de se expressar mudou. A maneira de viver e ver o mundo mudou. Precisamos saber lidar com tudo isso e entender como tirar o melhor proveito possível de toda essa evolução.




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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Bug do milênio X youTube (parte 2)


Hoje em dia, essa realidade mudou muito: um jovem publica um vídeo no youtube de 10 min e ocupa os mesmos 20 mb que antigamente eram todo o espaço que havia num computador para realizar todos os trabalhos. Mais que isso, muitos jovens publicam alguns desses vídeos por dia. Outros publicam vídeos de 30 minutos ou mais. E o espaço está ali, se multiplicando. Imagine quantos milhões de pessoas estão publicando conteúdos nos espaços de vídeo e outras áreas da internet e parece que o espaço não tem fim.
Somente para quem não está entendendo esta questão de mb, Tb, capacidades e medidas, uma breve explicação da informática. A unidade básica de medida de armazenamento num computador é um byte, que equivale a um dígito, uma letra, um caracter. Assim, a palavra “casa” tem 4 bytes de espaço, porque tem 4 letras. Os sinais de pontuação, espaços em branco, códigos internos do computador invisíveis e outras coisas também ocupam espaço na memória de armazenamento. Assim, um texto como esse, com pouco menos de 10 mil caracteres, tem 10.000 bytes de espaço. Isso não é muito.
Mas aí vem as unidades de medida da informática que multiplicam isso. A cada 1024 unidades de uma determinada medida, temos seu múltiplo. Costumamos arredondar para 1000, a fim de facilitar o entendimento e o cálculo. Assim como 1000 gramas de açúcar são 1 kilograma e 1000 metros de distância são 1 kilômetro, as unidades do computador têm seus múltiplos também.
1000 bytes (para ser exato, são 1024, mas vamos arredondar, lembra?), então 1000 bytes formam 1 kilobyte de espaço de armazenamento, mais conhecido como 1 kbyte ou 1 kb. Mal dá para armazenar 1 página de texto. Na verdade, um parágrafo um pouco maior já ocupa esse espaço, já tem 1000 caracteres. Antigamente era uma unidade bastante conhecida e usada. É tão pouco que hoje em dia poucos lembram que ela existe.
Mas o que acontece quando juntamos 1000 kbytes? Multiplicamos o kbyte por 1000 e temos o MegaByte. Aqui estamos falando de 1 milhão de bytes (ou caracteres). Agora, podemos falar de espaço suficiente para armazenar 1 livro (talvez até umas 500 páginas, dependendo da formatação, tamanho de letra etc.). Mas com certeza dá para guardar um livro. Um vídeo pequeno também tem sua medida em MegaBytes. Como já disse, uns 2 min de vídeo ocupará 3-4 mb de espaço. Uma mídia de CD tem capacidade para 600 mb.
Se juntar 1000 mb, teremos 1 gigaByte, 1 gb. Aqui, estamos falando de 1 bilhão de bytes (caracteres). Ou 1000 livros de 500 páginas. Ou uma enciclopédia daquelas tradicionais antigas, incluindo texto e fotos, com todos os seus volumes. Antigamente, não se falava em gigabyte. Era coisa futurística. A primeira vez que o serviço de eMail do Google, o gMail, liberou para que as pessoas pudessem armazenar em suas contas de eMail 1gb, foi uma revolução. A maioria dos provedores de eMail liberava não mais que 100 mb para armazenar os eMails. As pessoas usavam os programas de eMail para baixar seus eMails em seus computadores. Mas daí o gmail disponibilizou 1 gb para cada conta de eMail. Foi notícia. Essas medidas não eram normais. Hoje os limites são bem maiores. Os pendrives hoje, armazenam na casa dos gigabytes. Se você comprar um novo hoje, irá encontrar os de 16gb, 32gb ou mais. Ou seja, num pequeno pendrive, caberiam várias cópias completas de enciclopédias inteiras. Um filme completo (um longa metragem, que hoje poderia ser longa bytegem, pois não se mede mais em metros de rolos de filmes, sua duração) de aproximadamente 2 horas de duração, ocupa aproximadamente 5gb de espaço. É a capacidade também de uma mídia de DVD (4,7gb).
Acima disso, quando se juntam 1000 gb, temos 1 terabyte, 1 Tb. Isso, na minha época de estudos de infomática, só a NASA tinha. Hoje, a maioria dos notebooks vendidos em lojas vem com essa capacidade, pronta para ser desperdiçada pelas pessoas, que nunca irão ocupar nem 20% deste espaço. Se 1 gb guarda uma coleção completa de enciclopédia e 1 Tb guarda 1000 vezes isso, então é possível guardar uma biblioteca inteira em 1 Tb de dados. Aqui, seria possível armazenar 200 filmes longa metragens, com extras, vários idiomas e dublagens. A netflix poderia guardar cerca de 1000 de seus filmes em apenas 5 Tb de armazenamento, ou seja, o equivalente a 5 notebooks novos.




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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Bug do milênio X youTube (parte 1)


Quem aqui lembra do bug do milênio? Aquela expectativa apocalíptica de que, na virada do ano 2000, os computadores entrariam em colapso, causando problemas no mundo inteiro, que alguns chegaram a anunciar o apocalipse por causa disso. Quem lembra? Mas já faz tempo. Quase 20 anos se passaram. Nada aconteceu. O ano 2000 virou e nada aconteceu com os computadores, com as torres de comando de aeroportos (alguns interromperam as atividades dos aeroportos durante a virada do ano porque pensaram que os computadores parariam e não seria possível realizar o controle de tráfego aéreo gerando, consequentemente, acidentes). Mas nada aconteceu. Tudo continuou normalmente. Aliás, o velho ditado “mil passará, dois mil não chegará” referindo-se ao fim do mundo no segundo milênio também se mostrou sem sentido. Estamos às portas de 2020. Nada daquilo aconteceu. Muito pelo contrário.
Alguém sabe ou lembra o motivo do medo dessa pane geral nos computadores na virada do ano 2000? É que, por causa da pequena capacidade de armazenamento de dados dos computadores daquela época, os programadores (desde a década de 50 e 60 e até o fim do século), costumavam utilizar apenas 2 dígitos para armazenar o ano nas datas. Assim, um ano de nascimento 1977 era armazenado como 77, para economizar espaço em disco da parte “dispensável” do ano, que era o “19”. Afinal, todos sabiam que era 19??, ou seja, algum ano do século XX, mil novecentos e alguma coisa. Os HDs dos computadores (naquela época, chamavam winchester) tinham pouco espaço (mesmo os de empresas, às vezes tinham apenas 40 Mb de espaço para armazenamento, os primeiros tinham 5 Mb! E eram enormes em tamanho) e, consequentemente, o preço para armazenar dados era absurdo. Esses 2 dígitos economizados no ano (o 19 do século), num cadastro de uma pessoa com data de nascimento, data de admissão de um emprego, data disso ou daquilo, geravam por vezes uma economia de 10 ou 20 bytes! Hoje isso parece ridículo. Mas numa lista de 10 mil cadastros, eram 100 ou 200 mil bytes (100 – 200 kbytes). Num HD de 40 Mb, já significava alguma coisa. Multiplique isso para outros cadastros e grupos de informações e realmente, no início, era uma preocupação, essa “economia” de espaço.
E se tornou um hábito dos programadores usar apenas 2 dígitos para o ano. Ninguém pensou que um dia chegaria o fim do século. Era algo muito distante para os programadores da década de 70 ou 80. Talvez ninguém acreditou que aqueles programas e bases de dados estariam funcionando até a virada do milênio. Mas quando o ano 2000 chegou, uma data armazenada como “16” ou “45”, que representavam 1916 ou 1945 poderia muito bem ser interpretada pelos computadores como 2016 ou 2045. Ninguém sabia, enquanto falavam sobre o bug do milênio, como os computadores se comportariam. Se as datas armazenadas nos bancos de dados fossem interpretadas de forma incorreta, o que então aconteceriam aos sistemas? A preocupação, no início, era com a economia de espaço. Os HDs tinham 20 ou 40 Mb de espaço!!! como não se preocupar com espaço. Armazenar imagens e músicas era impensável. Armazenar um vídeo de 2 minutos que ocupa sozinho 3 ou 4 mb num computador que comporta no total, para todas as suas funcionalidades, apenas 20 ou 40 mb era questão de ficção científica. E era mesmo. Na época que eu fazia meu curso de informática (1992-1995), um professor citou certa vez sobre capacidades de armazenamento dos computadores. Naquela época, vivíamos com os computadores de megabytes. Os Gigabytes eram coisa de grandes empresas. Ele citou uma vez o terabyte e disse que talvez apenas a NASA tivesse essa capacidade de armazenamento!
Hoje em dia, qualquer notebook comprado em loja de departamentos tem 1 Tb de armazenamento (ok, os mais baratos ainda tem 500 Gb, mas ainda é muito).
A maioria das pessoas que adquirem um equipamento desses não sabe que nunca usarão tanto armazeamento de dados assim. Muitos têm um computador com essa capacidade, mas só usam 10 ou 20% desse total. O restante fica lá, sem usar.
E pensar que antigamente brigava-se por 5 mb de espaço. Que pensou-se que haveriam tragédias na virada do milênio por causa da economia de espaço.




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