Há quase 25 anos atrás, li um artigo que dizia sobre o futuro da
informática. Nele, o autor dizia que com o advento da tecnologia e
dos computadores trabalhando por nós em muitas atividades até então
realizadas manualmente, sobraria mais tempo para nós mesmos e para a
família (lazer, estudos, interação social etc.). Além disso,
sobraria tempo para aperfeiçoar os produtos e métodos de produção
até então empregados, fazendo com que o consumidor tivesse, cada
vez mais, um produto melhor.
Bem, podemos ver hoje, que parte do que ele previu se tornou
realidade e outra parte não. Quem trabalha com informática e nos
processos que exigem conhecimento técnicos do computador não tem
tanto tempo a mais assim. Estão sobrecarregados por muitas tarefas
que precisam realizar e, por falta de quem saiba fazer também, não
podem dividir o trabalho, mesmo que queiram. Na área de informática,
falta especialização e algumas empresas não encontram certos
profissionais.
É parecido com o que ocorreu na época da revolução industrial,
quando as máquinas tomaram conta mas, nem por isso a carga horária
diminuiu. Pelo contrário, quem se dispunha e sabia trabalhar com
elas, tinha de se submeter a muitas jornadas longas. Temos que
aprender com a história. O mundo muda, as pessoas mudam, a sociedade
muda. Hoje, um emprego de torneiro mecânico, metalúrgico, já não
é tão valorizado quanto há alguns anos atrás. Essa valorização
tornou o sindicato dos metalúrgicos tão forte no Brasil como era há
alguns anos, a ponto de conseguir elevar uma liderança à
Presidência. Hoje, os metalúrgicos não são tão fortes, porque as
máquinas e robôs informatizados tomam vários lugares em montadoras
e em outros lugares. Quantos tipógrafos ainda existem e resistem ao
poder dos processadores de texto e dos programas de editoração
eletrônica?
Mas o número de empregos não diminuiu. Apenas parte da sociedade
não percebeu que migrou. Muitos procuram emprego em áreas onde já
não há mais espaço, não há mais oportunidade. As áreas
criativa, ecológica (engenheiro ambiental, controle de poluição,
coleta seletiva etc.), e de aperfeiçoamento de processos (se hoje é
mais fácil fazer o trabalho, há uma busca constante pelo
melhoramento da qualidade da informação e dos produtos, o que abre
espaço para pessoas que desejam melhorar essa qualidade) devem estar
em alta e compensam os empregos perdidos nas outras áreas. Mas
muitos não percebem isso e, assim, uns ficam sobrecarregados, alguns
lugares com falta de trabalhadores e outros ficam sem emprego. As
coisas mudam. A informatização veio para ficar e mudar muita coisa.
Basta que busquemos um aperfeiçoamento e, com o tempo, as coisas
voltam a se encaixar.
Conseguimos aperfeiçoar processos e a qualidade de muita coisa.
Espero que estejamos, agora, caminhando para aperfeiçoar as relações
familiares e de amizade.
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