segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Informatizar para melhorar


Há quase 25 anos atrás, li um artigo que dizia sobre o futuro da informática. Nele, o autor dizia que com o advento da tecnologia e dos computadores trabalhando por nós em muitas atividades até então realizadas manualmente, sobraria mais tempo para nós mesmos e para a família (lazer, estudos, interação social etc.). Além disso, sobraria tempo para aperfeiçoar os produtos e métodos de produção até então empregados, fazendo com que o consumidor tivesse, cada vez mais, um produto melhor.
Bem, podemos ver hoje, que parte do que ele previu se tornou realidade e outra parte não. Quem trabalha com informática e nos processos que exigem conhecimento técnicos do computador não tem tanto tempo a mais assim. Estão sobrecarregados por muitas tarefas que precisam realizar e, por falta de quem saiba fazer também, não podem dividir o trabalho, mesmo que queiram. Na área de informática, falta especialização e algumas empresas não encontram certos profissionais.
É parecido com o que ocorreu na época da revolução industrial, quando as máquinas tomaram conta mas, nem por isso a carga horária diminuiu. Pelo contrário, quem se dispunha e sabia trabalhar com elas, tinha de se submeter a muitas jornadas longas. Temos que aprender com a história. O mundo muda, as pessoas mudam, a sociedade muda. Hoje, um emprego de torneiro mecânico, metalúrgico, já não é tão valorizado quanto há alguns anos atrás. Essa valorização tornou o sindicato dos metalúrgicos tão forte no Brasil como era há alguns anos, a ponto de conseguir elevar uma liderança à Presidência. Hoje, os metalúrgicos não são tão fortes, porque as máquinas e robôs informatizados tomam vários lugares em montadoras e em outros lugares. Quantos tipógrafos ainda existem e resistem ao poder dos processadores de texto e dos programas de editoração eletrônica?
Mas o número de empregos não diminuiu. Apenas parte da sociedade não percebeu que migrou. Muitos procuram emprego em áreas onde já não há mais espaço, não há mais oportunidade. As áreas criativa, ecológica (engenheiro ambiental, controle de poluição, coleta seletiva etc.), e de aperfeiçoamento de processos (se hoje é mais fácil fazer o trabalho, há uma busca constante pelo melhoramento da qualidade da informação e dos produtos, o que abre espaço para pessoas que desejam melhorar essa qualidade) devem estar em alta e compensam os empregos perdidos nas outras áreas. Mas muitos não percebem isso e, assim, uns ficam sobrecarregados, alguns lugares com falta de trabalhadores e outros ficam sem emprego. As coisas mudam. A informatização veio para ficar e mudar muita coisa. Basta que busquemos um aperfeiçoamento e, com o tempo, as coisas voltam a se encaixar.
Conseguimos aperfeiçoar processos e a qualidade de muita coisa. Espero que estejamos, agora, caminhando para aperfeiçoar as relações familiares e de amizade.




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