segunda-feira, 29 de junho de 2020

Educação à distância


Vantagens da tecnologia e cuidados que devemos ter
Principalmente considerando tempos difíceis como uma pandemia

Não há dúvidas que a Educação à distância (EaD), já presente no mundo há algum tempo, possibilitada pelos avanços da tecnologia, veio para trazer muitas vantagens e, ao longo deste tempo, tem se aperfeiçoado e trazido um importante complemento à educação presencial.
Em termos de tecnologia, 3 itens foram essenciais para possibilitar a popularização desta modalidade educacional:
1. O barateamento dos meios de armazenamento de informações, a fim de possibilitar que grandes quantidades de dados geradas por vídeos possam ser disponibilizadas a todos;
2. A evolução dos equipamentos de gravação de vídeo. Antigamente, para se ter uma câmera analógica, apenas profissionais da área e pessoas com muito dinheiro podiam se dar a esse luxo. Atualmente, qualquer celular do tipo Smart Phone cumpre bem essa função.
3. A evolução dos serviços de streaming (distribuição de conteúdo multimídia) e a própria velocidade da internet (os primeiros serviços de banda larga não seriam capazes de fazer isso) que alcançou níveis extremos.
Que bom que temos essa opção atualmente, mas precisamos considerar alguns pontos, antes de pensarmos que a educação à distância irá aposentar a educação presencial.
Primeiro é bom lembrarmos que processo educacional não se trata apenas de transmissão de conteúdo, apesar de ser esse um ponto importante.
A convivência social entre alunos e professor-aluno, num processo de interação social é enriquecedora, tanto mais quanto sejam os alunos de menor idade, num momento em que estão formando tantas características de sua personalidade. Não é possível, na fase da infância e adolescência, confinar pessoas em formação e impedi-las de relacionamentos pessoais diários e consistentes. Na atual conjuntura, enquanto vivemos a experiência de uma quarentena, estamos percebendo que um dos principais prejuízos para a formação das crianças é o isolamento de seu convívio social. No retorno desta fase, mais do que a falta de conteúdo, preocupa-me ver como estas pessoas em formação reagirão, depois de um tempo tão longo de confinamento, como irão retomar os relacionamentos.
Já temos o prejuízo que a tecnologia, de uma forma especial as redes sociais, impõem sobre os jovens, alienando-os em seus quartos. Não deveríamos também incentivar esse comportamento durante os tempos de aulas, que sempre foram feitas de forma pessoal.
Nem tudo pode ser substituído pela tecnologia.
A consequência natural deste processo é que a troca de ideias, o debate saudável, os questionamentos que permitem a todos esclarecer suas dúvidas, as conversas e tudo o mais fazem parte do desenvolvimento cognitivo e social de qualquer pessoa.
Por outro lado, a tecnologia permite vencer barreiras, distâncias, circunstâncias de impedimento e levar o conhecimento e alguma interação em situações onde e quando isso seria impossível. Quer dizer, o que seria da educação nesta quarentena mundial, durante a pandemia do COVID-19 em 2020? Se não fosse a educação à distância, nestas circunstâncias, teríamos um ano letivo na educação das crianças perdido. Ainda que não seja tão eficaz quanto a presença física dos alunos junto aos professores, essa tecnologia está permitindo fazer alguma coisa.
Rever uma aula gravada mais de 1 vez, ter gerenciamento auxiliado por software de computador para as tarefas a serem executadas, permitir que pessoas, cada uma em sua casa, possam participar juntas, ao mesmo tempo, de aulas dadas por um professor que também pode estar em sua casa, são boas vantagens deste sistema.
Mas é claro que, em se tratando de educação básica, a aula presencial é insuperável.
Porém, para outros tipos de cursos, como treinamentos de funcionários, pequenos cursos de matérias específicas, cursos empresariais, especializações de nível superior e tantas outras modalidades, quando a interação nunca foi, mesmo, a parte mais importante (afinal de contas, quem tem aquela relação de amizade com o professor da faculdade, não é?), para tudo isso a educação à distância tem trazido benefícios sem fim.
Então, não há dúvidas que a EaD é fantástica e serve a muitos propósitos. Mas esta pandemia antecipou em muitos anos a resposta a uma dúvida de alguns tempos: se a EaD poderia substituir totalmente as aulas do ensino fundamental e médio. E a resposta é muito clara: não pode. Como complemento e reforço, será, sem dúvida, muito útil e, neste sentido, também antecipou em anos a qualidade de ensino das escolas públicas e particulares. Mas não tem o conjunto de características que constroem a educação.



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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Digitação X Digitalização


Muitas pessoas confundem os termos acima pela semelhança que têm na escrita. Ambos os termos são usados na informática. Mas são coisas diferentes.
Digitação é o simples ato de digitar, utilizando o teclado, um texto ou comandos no computador. Como este texto que estou digitando agora, no teclado, letra por letra, até completar todo o texto. Pode ser um teclado físico ou virtual, como aqueles que aparecem na tela dos celulares, mas quando se acionam ou apertam teclas num teclado, estamos fazendo digitação.
Já digitalização é quando tornamos digital algo que era analógico. Digitalizar é um processo usado em muitas situações. O mais comum é digitalizar uma imagem, por exemplo, ao colocar a mesma num escaner, que é um aparelho que faz digitalização através da leitura da imagem pela luz. O escaner lê uma imagem ou texto em papel (que é algo analógico) e transforma isso em algo que pode ser armazenado no computador, num formato próprio para armazenamento no computador, tornando-o, então, digital. Ou seja, passou por um processo de digitalização.
Hoje em dia, há a digitalização em 3D. Ou seja, ao invés de capturar para dentro do computador a imagem de uma foto em papel, por exemplo, pode-se digitalizar um objeto ou mesmo uma pessoa em 3D (3 dimensões: altura, largura e profundidade). Para que as modernas impressoras 3D (uma das grandes novidades da tecnologia dos últimos tempos) possa copiar um objeto já existente, ao invés de criar um do zero, será necessário antes fazer a digitalização do objeto já existente com um scaner 3D, capaz de ler o objeto (um enfeite de casa por exemplo), transferindo as informações das cores, medidas (altura, largura, profundidade), brilho etc para o computador, a fim de que este possa, depois disso, utilizar esta mesma informação para imprimir, numa impressora 3D, uma cópia do objeto em si.
Quando um celular tira uma foto de alguém, já o faz no formato digital, ou seja, armazenado em forma de bits e bytes, no computador. Antes, quando a foto era nas máquinas fotográficas que utilizavam filmes, ou seja, não eram formatos digitais (bits e bytes no computador), que precisavam depois serem revelados para poderem ser visualizados, aquele era um processo analógico. Os discos de vinil e as fitas K7 eram analógicos, pois armazenavam as músicas de forma analógica. Quando se passou para o CD ou internet (MP3, por exemplo), as músicas passaram a ser digitais. Ela pode ser criada do zero de forma digital, como nas atuais câmeras dos celulares ou mesmo câmeras digitais, então o formato original já é digital. Porém, quando eu tenho a imagem ou música (dois exemplos) em formato analógico e preciso converter isso para o digital, esse processo é chamado de “digitalização”.
Digamos que, com relação ao texto, o que era escrito na antiga máquina de escrever, ou algo que esteja impresso no papel (sem ter a versão original do computador disponível), está em formato analógico. Quando eu uso um escaner e transfiro essa informação para o computador, então eu estou digitalizando o texto. Neste caso em específico, preciso utilizar um programa de OCR (Optical Character Recognizing) que lê os caracteres impressos e consegue reconhecer cada caracter pelo seu formato, exatamente como nós, seres humanos fazemos. Hoje em dia, este tipo de tecnologia é usada no trânsito, por exemplo, a fim de ler placas de veículos e reconhecer se tem alguma irregularidade automaticamente, ou para emitir multas.
Espero ter ajudado pra esclarecer bem a diferença.




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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Padronização X Variedade


Houve um tempo na informática que os softwares, sistemas operacionais e aplicativos eram dominados por poucos produtores. O Windows, embora na época houvesse mais uma meia dúzia de Sistemas Operacionais, reinava soberano no uso de PC para usuários finais. Grandes empresas usavam o Unix (hoje usam seu filho predileto, o Linux). Esse pouco número de produtores, embora cause um efeito colateral amargo, que seja o domínio de um fabricante, que acaba não tendo concorrentes e gerando um monopólio comercial no mercado, tem também, no campo tecnológico, suas vantagens: criar padrões talvez seja a principal delas. Nos antigos tempos, quando só havia um sistema, criou-se por exemplo Ctrl+C / Ctrl+V que hoje, todos sabem o que é. Imagina se, no início, houvesse dezenas de empresas e cada uma inventasse um jeito de fazer isso, teríamos hoje umas 2 dúzias de maneiras diferentes de mandar conteúdos de um pra outro lugar. A falta de padronização não ajudaria em nada o processo de popularização e aprendizado, a fim de gerar situações que hoje, todos conhecem.
A padronização, então, embora favoreça o domínio comercial de uma empresa que gerou o padrão, tem também a vantagem de tornar a tecnologia popular. Todo mundo sabendo fazer as coisas do mesmo jeito. Foi isso que, no início, permitiu a popularização da informática e da tecnologia. Sem a padronização no início, pode ser que nem tivéssemos chegado ao nível que estamos hoje.
Junto com a variedade de empresas, ao lançar novas tecnologias, aparecem também as muitas opções de como usar uma nova tecnologia. Com isso, ao aprender, por exemplo, em como assistir uma aula virtual, não ajudará muito se, na próxima vez que for assistir uma aula virtual, utilizar uma plataforma diferente da primeira e a forma de uso para assistir essa aula for diferente. Você terá de aprender tudo de novo e não poderá ser beneficiado tanto do aprendizado anterior. Algumas coisas sempre ficam, claro. Mas com cada empresa querendo criar suas próprias formas de fazer as coisas, a dificuldade em se aprender são maiores.
Já se dizia que um padrão é tão bom que cada um quer ter o seu!
O bom, nisto tudo, seria as outras empresas, que criam tecnologias parecidas poderem fazer as coisas parecidas com as primeiras, terem formas de uso que não se diferenciem tanto assim para os usuários finais. Mas acredito que isso será difícil. O mais provável é que aconteça com os aplicativos o mesmo que aconteceu com as músicas.
Assim como a internet possibilitou muitos mais artistas apresentarem seus trabalhos, poderem colocar sua música para o público, esse público tornou-se muito pulverizado, distribuído, diluído. Muitos músicos podem divulgar seu trabalho, mas não tem como este mesmo número de músicos ter fama no país inteiro, serem cantores como os antigos sucessos, como Roberto Carlos, Cazuza, Engenheiros do Havaí e outros. Embora, naquela época, as chances para todos fossem menores e muitos talentos ficassem escondidos, aqueles que conseguiam o sucesso, o faziam numa amplitude e alcance muito maior.
O mesmo ocorreu com o processo da distribuição de empreendedores no Brasil nos micro e pequenos empresários. Temos hoje até o MEI (Microempreendedor individual), onde uma pessoa sozinha é capaz de ter uma empresa: algo impensável algumas décadas atrás.
Esse processo das empresas trouxe algumas vantagens: muitos podem ter a chance de empreender, serem donos de seus negócios, produzirem etc. Mas, proporcionalmente, terão um número menor de clientes, atenderão um nicho mais específico e uma região menor. Também não terão os lucros milionários dos mega empresários de outrora. O sonho de muitos empresários, ao abrirem uma empresa, já foi ficar rico. Mas hoje é diferente. Empresário é o pipoqueiro e a costureira que trabalham sozinhos. Os funcionários de microempresas também não recebem os salários e benefícios das grande empresas, embora tenham mais facilidade de conseguir seus empregos, mais perto de sua vizinhança do que antigamente, mais fáceis de alcançar do que as vagas difíceis nas mega empresas.
Da mesma forma, no mercado de software, hoje em dia temos muitas opções para cada função ou utilidade que existe para atender a cada necessidade dos usuários. E, da mesma maneira que nos outros exemplos, não há muita padronização nas novas tecnologias que vão surgindo. Mesmo para tarefas parecidas, alguns softwares realizam as tarefas de maneiras diferentes.
Ainda bem que as funcionalidades básicas da informática tiveram tempo de serem padronizadas e popularizadas. Hoje muitos a conhecem. Quem não conhece, pode aprender de forma relativamente fácil. A sugestão é que as pessoas invistam tempo e aprendam bem e de forma consistente as funcionalidades, opções e ferramentas básicas da informática, da tecnologia.
Porém, após bem aprender o básico, que hoje em dia é usado em praticamente tudo, de música e TV a casas totalmente inteligentes, de controle administrativo a entretenimento, em tudo a tecnologia está presente. Após bem entender o básico, minha outra sugestão é de que se busque o necessário para atender sua necessidade e se aprenda, de forma específica, a ferramenta que precisa utilizar.
Aos poucos, a padronização massiva vai desaparecer para as novas tecnologias. O que pode ajudar é entender bem a raiz de tudo. Isso vai ajudar bastante no aprendizado de toda nova tecnologia. Isso só se faz com bons treinamentos no que é básico em tecnologia.




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