segunda-feira, 1 de junho de 2020

Padronização X Variedade


Houve um tempo na informática que os softwares, sistemas operacionais e aplicativos eram dominados por poucos produtores. O Windows, embora na época houvesse mais uma meia dúzia de Sistemas Operacionais, reinava soberano no uso de PC para usuários finais. Grandes empresas usavam o Unix (hoje usam seu filho predileto, o Linux). Esse pouco número de produtores, embora cause um efeito colateral amargo, que seja o domínio de um fabricante, que acaba não tendo concorrentes e gerando um monopólio comercial no mercado, tem também, no campo tecnológico, suas vantagens: criar padrões talvez seja a principal delas. Nos antigos tempos, quando só havia um sistema, criou-se por exemplo Ctrl+C / Ctrl+V que hoje, todos sabem o que é. Imagina se, no início, houvesse dezenas de empresas e cada uma inventasse um jeito de fazer isso, teríamos hoje umas 2 dúzias de maneiras diferentes de mandar conteúdos de um pra outro lugar. A falta de padronização não ajudaria em nada o processo de popularização e aprendizado, a fim de gerar situações que hoje, todos conhecem.
A padronização, então, embora favoreça o domínio comercial de uma empresa que gerou o padrão, tem também a vantagem de tornar a tecnologia popular. Todo mundo sabendo fazer as coisas do mesmo jeito. Foi isso que, no início, permitiu a popularização da informática e da tecnologia. Sem a padronização no início, pode ser que nem tivéssemos chegado ao nível que estamos hoje.
Junto com a variedade de empresas, ao lançar novas tecnologias, aparecem também as muitas opções de como usar uma nova tecnologia. Com isso, ao aprender, por exemplo, em como assistir uma aula virtual, não ajudará muito se, na próxima vez que for assistir uma aula virtual, utilizar uma plataforma diferente da primeira e a forma de uso para assistir essa aula for diferente. Você terá de aprender tudo de novo e não poderá ser beneficiado tanto do aprendizado anterior. Algumas coisas sempre ficam, claro. Mas com cada empresa querendo criar suas próprias formas de fazer as coisas, a dificuldade em se aprender são maiores.
Já se dizia que um padrão é tão bom que cada um quer ter o seu!
O bom, nisto tudo, seria as outras empresas, que criam tecnologias parecidas poderem fazer as coisas parecidas com as primeiras, terem formas de uso que não se diferenciem tanto assim para os usuários finais. Mas acredito que isso será difícil. O mais provável é que aconteça com os aplicativos o mesmo que aconteceu com as músicas.
Assim como a internet possibilitou muitos mais artistas apresentarem seus trabalhos, poderem colocar sua música para o público, esse público tornou-se muito pulverizado, distribuído, diluído. Muitos músicos podem divulgar seu trabalho, mas não tem como este mesmo número de músicos ter fama no país inteiro, serem cantores como os antigos sucessos, como Roberto Carlos, Cazuza, Engenheiros do Havaí e outros. Embora, naquela época, as chances para todos fossem menores e muitos talentos ficassem escondidos, aqueles que conseguiam o sucesso, o faziam numa amplitude e alcance muito maior.
O mesmo ocorreu com o processo da distribuição de empreendedores no Brasil nos micro e pequenos empresários. Temos hoje até o MEI (Microempreendedor individual), onde uma pessoa sozinha é capaz de ter uma empresa: algo impensável algumas décadas atrás.
Esse processo das empresas trouxe algumas vantagens: muitos podem ter a chance de empreender, serem donos de seus negócios, produzirem etc. Mas, proporcionalmente, terão um número menor de clientes, atenderão um nicho mais específico e uma região menor. Também não terão os lucros milionários dos mega empresários de outrora. O sonho de muitos empresários, ao abrirem uma empresa, já foi ficar rico. Mas hoje é diferente. Empresário é o pipoqueiro e a costureira que trabalham sozinhos. Os funcionários de microempresas também não recebem os salários e benefícios das grande empresas, embora tenham mais facilidade de conseguir seus empregos, mais perto de sua vizinhança do que antigamente, mais fáceis de alcançar do que as vagas difíceis nas mega empresas.
Da mesma forma, no mercado de software, hoje em dia temos muitas opções para cada função ou utilidade que existe para atender a cada necessidade dos usuários. E, da mesma maneira que nos outros exemplos, não há muita padronização nas novas tecnologias que vão surgindo. Mesmo para tarefas parecidas, alguns softwares realizam as tarefas de maneiras diferentes.
Ainda bem que as funcionalidades básicas da informática tiveram tempo de serem padronizadas e popularizadas. Hoje muitos a conhecem. Quem não conhece, pode aprender de forma relativamente fácil. A sugestão é que as pessoas invistam tempo e aprendam bem e de forma consistente as funcionalidades, opções e ferramentas básicas da informática, da tecnologia.
Porém, após bem aprender o básico, que hoje em dia é usado em praticamente tudo, de música e TV a casas totalmente inteligentes, de controle administrativo a entretenimento, em tudo a tecnologia está presente. Após bem entender o básico, minha outra sugestão é de que se busque o necessário para atender sua necessidade e se aprenda, de forma específica, a ferramenta que precisa utilizar.
Aos poucos, a padronização massiva vai desaparecer para as novas tecnologias. O que pode ajudar é entender bem a raiz de tudo. Isso vai ajudar bastante no aprendizado de toda nova tecnologia. Isso só se faz com bons treinamentos no que é básico em tecnologia.




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