segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O Pilar das Vendas

 


Sobre o aspecto social das vendas, é importantíssimo entendermos uma coisa. Uma empresa só prospera se oferece para vender produtos que interessem a muitos compradores. Que tenha relevância social. Alguns dizem que, quando se abre uma empresa, deve-se fazer uma pesquisa de mercado para saber se o que você quer vender está de acordo com o desejo ou a necessidade de compra das pessoas na região que você atua. Eu diria além: deveríamos ver se o produto que você vende é relevante socialmente. Se contribui para a construção de uma melhor sociedade. Se irá melhorar, de alguma forma, ainda que num simples aspecto, a vida daqueles que você atende.

Então, para a venda, a escolha do produto ou serviço que se irá vender é essencial. Vou usar meu exemplo: eu vendo software e serviços para melhorar a administração de outras empresas. Se meu software apenas faz a somatória dos itens que estão sendo vendidos no caixa, na hora do cliente da loja realizar o pagamento, eu chamaria isso de uma “calculadora de luxo”. Mas essa é apenas uma pequena parte do processo. Um software precisa fornecer ao comerciante ferramentas e informações que o ajudem a perceber como anda sua empresa. E ele precisa saber usar corretamente essa ferramenta, a fim de poder dizer que lhe traz o benefício esperado. Então, ao oferecer meu produto, ofereço junto o serviço de um treinamento, de uma consultoria, a fim de orientar o comerciante como usar corretamente a ferramenta administrativa do software. Neste meu processo de venda, o objetivo é que o comerciante venha a ter um ganho de melhorar o funcionamento da sua empresa, observando sempre princípios e valores que contribuam para que ele também construa um bom alicerce.

Ninguém compra o que não precisa. Então, se você vende algo que ninguém deseja ou precisa, provavelmente terá problemas. Mas se é algo relevante para a sociedade, então o produto permanece girando, o fluxo funcionando e a empresa tem o dinheiro necessário para sua sustentação. Oferecer algo que as pessoas precisam é também uma função social. Imagine se todos os supermercados resolvessem que, de uma hora para outra, fechariam suas portas, porque o governo inventou uma lei que inviabiliza seu negócio. Bem, nesta situação hipotética, me responda: onde as pessoas iriam buscar alimentos para sua sobrevivência diária. Então os supermercados têm uma função que colabora com a sociedade, disponibilizando uma maneira prática de se obter alimentos. Quer dizer, não seria legal, hoje em dia, todo mundo sair por aí, caçando e coletando frutas na floresta, para poder se alimentar. Nossa sociedade atual não está estruturada para isso. Então, neste contexto social, o supermercado é muito relevante. Agora vamos imaginar a questão do princípio, do alicerce, da ética: se um supermercado tentar colocar um preço no produto muito alto, muito além da maioria, então poderia ter mais lucro. Porém, é bem provável que num curto espaço de tempo perdesse os clientes, deixasse de vender e de fazer girar o fluxo, porque os clientes procurariam outros comércios que vendessem mais baratos.

Mas e se todos os supermercados combinassem juntos aumentar todos os preços, para que as pessoas não tivessem uma opção de comprar mais barato, porque todos fizeram o mesmo? Bem, eticamente falando, não me parece muito justo, criar uma situação assim, que encurralasse os compradores. Aliás, isso é crime na maioria dos países. Mas mesmo que não fosse, numa situação dessas, temos 2 possibilidades: ou todas as outras pessoas da sociedade, os compradores, teriam um ganho de salário, de aumento de renda, a fim de poderem comprar esses produtos mais caros e isso geraria inflação e, no fim das contas, não mudaria em nada a realidade, porque o mercado teria mais gastos para pagar os salários de seus próprios funcionários, seus fornecedores e todos pagariam mais, gerando a inflação. Mas, no fim das contas, todos comprariam a mesma quantidade de coisas que antes. A outra situação é ninguém ganhar mais e, com o tempo, as pessoas não terem dinheiro para comprar, terem necessidades que causariam outros problemas como os de saúde, por exemplo. Além disso, só se venderia o que fosse extremamente essencial, como a comida e todo o resto não venderia mais, causando fechamento de setores do supermercado e das indústrias que fabricam esses produtos não essenciais.

Ou seja, se o princípio for apenas o ganhar dinheiro, as consequências seriam trágicas. Por outro lado, dentro da ética, o estabelecimento comercial também precisa sobreviver. Se vender muito abaixo, fora do normal, com preços que não sustentem suas atividades, poderá também deixar de existir. Então também existe a ética que garante sua própria sobrevivência, em todos os aspectos. A sobrevivência com dignidade, do negócio, do proprietário, dos funcionários etc. E todos precisam entender que se não for feito de uma maneira que todos ganhem, então o contrário é que todos perdem.

Para ser bem alicerçada, duradoura, com um pilar que mantenha a empresa firme por muito tempo, não pode por exemplo apresentar um produto modinha, destes que duram um pouco de tempo. Até poderá este produto fornecer algum dinheiro e lucro para a empresa por um tempo. Se for um dos vários produtos da empresa, poderá contribuir para um ganho extra por um tempo. Mas um produto “modinha”, sendo o único produto de uma empresa, se for a base de vendas da empresa, logo deixará de ser vendido abundantemente e, se a empresa estruturou toda sua operação para este único produto, terá problemas. Então, é bom pensar em algo que seja relevante, que traga ganhos para quem vai comprar. A médio ou longo prazo, isso é muito mais vantajoso, principalmente para a indústria.


Lucas Durigon


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