
Encerrando o assunto dos algoritmos e falando um pouco mais agora
sobre o aspecto social deles, dentro deste ponto de vista social,
quando um grupo de pessoas começa a pensar, fortemente, que seu modo
de pensar é unânime, pode se animar a defender seu ponto de vista
cada vez mais ferrenhamente e, com o passar do tempo, aumentar seu
grau de intolerância para os pontos de vista diferentes dos seus.
Afinal, de acordo com as redes sociais, “todos” pensam muito
parecido com você, todos gostam das mesmas coisas que você, todos
“concordam” com você! O fato é que as redes sociais, levadas
pelos algoritmos, só mostram os assuntos relacionados àqueles que
eu tenho interesse. É como uma pessoa que só frequenta um tipo de
grupo, que não se envolve com ninguém mais, que “bloqueia”
todos que pensam diferente de si, que vivem fechadas em seu mundo.
Com o tempo, o facebook promove isso. E o perigo é essas pessoas não
perceberem que essa seleção é artificial, feita por um algoritmo,
e que isso não significa que o que ela pensa se tornou unanimidade,
apenas essa sensação vem do fato que a rede social deseja promover
sua própria audiência, e mostra tudo o que é do interesse da
pessoa.
Com o passar do tempo, isso pode tornar a pessoa fechada a novas
experiências, a novos conhecimentos.
A TV também fez isso. Mas de forma massiva. Os programas de
televisão foram perdendo, aos poucos, ao longo dos anos, a
qualidade, porque a audiência é maior nos programas mais
popularescos (para não dizer idiotas), porque a grande massa
populacional não se preocupa em privilegiar os programas culturais e
de caráter realmente informativo. Assistem o que diverte, o que é
descontraído, o que está mais fácil, ao alcance da mão. Assim, ao
longo do tempo, para manter a audiência, as emissoras de TV
investiram mais naquilo que gerava mais audiência. Claro que, neste
caso, isso depende também da educação e nível de instrução
geral de um povo. Mas a TV emite seu sinal para uma cidade, região
ou país. E todo aquele país assiste à mesma programação, mesmo
que alguns ali não gostem, vale a maioria.
A tecnologia e os algoritmos das redes sociais fez isso de forma
individual. Agora cada indivíduo tem sua programação dirigida
pelos algoritmos, a fim de privilegiar seus próprios interesses.
Veja a Netflix e outros serviços de transmissão por streaming por
exemplo: também têm seus algoritmos, que permitem ao usuário ver
aqueles menus de “sua preferência”, do tipo “porque você
assistiu isso ou aquilo, quero te sugerir estes outros títulos”.
E, às vezes, fica chato, quando você acaba indo no mais fácil, à
mão, e não assistindo outros tipos de filmes, parece que só
existem aqueles tipos disponíveis. Mas não é.
Ao fazer isso de forma individual, pode haver esse perigo, de fazer
as pessoas pensarem que todos ao redor do seu mundo pensam igual a
ela. Mas o fato é que o algoritmo, direcionado, dá essa impressão.
Eu acho que esses algoritmos deveriam deixar um “dia livre”, ou
seja, pararem de funcionar um dia por semana ou por mês, sei lá,
deixando aparecer na sua área da rede social tudo o que é postado
pelos seus amigos (que estão na sua rede de amigos), para que você
pudesse escolher também outros assuntos para curtir, pouco
diferentes daqueles que se tornaram hábito para você, e ver que há
coisas diferentes acontecendo por aí.
O mais importante de tudo é que cada um de nós pense nisso de forma
consciente e não se deixe enganar pelos direcionamentos do
algoritmos. Não se deixe levar, fazendo pensar que aquilo é tudo o
que existe no mundo. Uma pessoa que pense assim, levada ao extremo,
pode começar a se fechar em seu mundo. Daí está o lado ruim dos
maravilhosos algoritmos, que tanto têm contribuído para a melhora
da sociedade, de uma forma geral.
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