segunda-feira, 6 de abril de 2020

Os Algoritmos, Sociedade e Cada um de nós



Encerrando o assunto dos algoritmos e falando um pouco mais agora sobre o aspecto social deles, dentro deste ponto de vista social, quando um grupo de pessoas começa a pensar, fortemente, que seu modo de pensar é unânime, pode se animar a defender seu ponto de vista cada vez mais ferrenhamente e, com o passar do tempo, aumentar seu grau de intolerância para os pontos de vista diferentes dos seus. Afinal, de acordo com as redes sociais, “todos” pensam muito parecido com você, todos gostam das mesmas coisas que você, todos “concordam” com você! O fato é que as redes sociais, levadas pelos algoritmos, só mostram os assuntos relacionados àqueles que eu tenho interesse. É como uma pessoa que só frequenta um tipo de grupo, que não se envolve com ninguém mais, que “bloqueia” todos que pensam diferente de si, que vivem fechadas em seu mundo. Com o tempo, o facebook promove isso. E o perigo é essas pessoas não perceberem que essa seleção é artificial, feita por um algoritmo, e que isso não significa que o que ela pensa se tornou unanimidade, apenas essa sensação vem do fato que a rede social deseja promover sua própria audiência, e mostra tudo o que é do interesse da pessoa.
Com o passar do tempo, isso pode tornar a pessoa fechada a novas experiências, a novos conhecimentos.
A TV também fez isso. Mas de forma massiva. Os programas de televisão foram perdendo, aos poucos, ao longo dos anos, a qualidade, porque a audiência é maior nos programas mais popularescos (para não dizer idiotas), porque a grande massa populacional não se preocupa em privilegiar os programas culturais e de caráter realmente informativo. Assistem o que diverte, o que é descontraído, o que está mais fácil, ao alcance da mão. Assim, ao longo do tempo, para manter a audiência, as emissoras de TV investiram mais naquilo que gerava mais audiência. Claro que, neste caso, isso depende também da educação e nível de instrução geral de um povo. Mas a TV emite seu sinal para uma cidade, região ou país. E todo aquele país assiste à mesma programação, mesmo que alguns ali não gostem, vale a maioria.
A tecnologia e os algoritmos das redes sociais fez isso de forma individual. Agora cada indivíduo tem sua programação dirigida pelos algoritmos, a fim de privilegiar seus próprios interesses. Veja a Netflix e outros serviços de transmissão por streaming por exemplo: também têm seus algoritmos, que permitem ao usuário ver aqueles menus de “sua preferência”, do tipo “porque você assistiu isso ou aquilo, quero te sugerir estes outros títulos”. E, às vezes, fica chato, quando você acaba indo no mais fácil, à mão, e não assistindo outros tipos de filmes, parece que só existem aqueles tipos disponíveis. Mas não é.
Ao fazer isso de forma individual, pode haver esse perigo, de fazer as pessoas pensarem que todos ao redor do seu mundo pensam igual a ela. Mas o fato é que o algoritmo, direcionado, dá essa impressão.
Eu acho que esses algoritmos deveriam deixar um “dia livre”, ou seja, pararem de funcionar um dia por semana ou por mês, sei lá, deixando aparecer na sua área da rede social tudo o que é postado pelos seus amigos (que estão na sua rede de amigos), para que você pudesse escolher também outros assuntos para curtir, pouco diferentes daqueles que se tornaram hábito para você, e ver que há coisas diferentes acontecendo por aí.
O mais importante de tudo é que cada um de nós pense nisso de forma consciente e não se deixe enganar pelos direcionamentos do algoritmos. Não se deixe levar, fazendo pensar que aquilo é tudo o que existe no mundo. Uma pessoa que pense assim, levada ao extremo, pode começar a se fechar em seu mundo. Daí está o lado ruim dos maravilhosos algoritmos, que tanto têm contribuído para a melhora da sociedade, de uma forma geral.




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