
Continuando o assunto sobre os algoritmos presentes nas redes sociais
e sites de pesquisa, o que possibilitou realizar essa conexão entre
sua pesquisa e os anunciantes foram os algoritmos: pequenos softwares
presentes internamente nas redes sociais que fazem isso. O mesmo para
o GPS: o que possibilita traçar uma rota de um ponto de origem a um
destino e dizer qual o melhor caminho, o mais curto ou mais rápido
(considerando inclusive o trânsito do momento), ou permitir ao Uber
buscar o motorista mais próximo do interessado no transporte etc etc
e tornar todos esses aplicativos e funcionalidades úteis são os
algoritmos. São criados por programadores, como eu. Estão presentes
na sua vida, transformando a sociedade e você nem os vê
trabalhando. E muito menos veem os seus criadores: os programadores.
Mas como eu disse, toda tecnologia, em si, embora não seja boa ou
má, do ponto de vista moral, são usadas por humanos, seres morais,
que podem dar uso bom ou mau para seus fins. A tecnologia só pode
ser definida do ponto de vista técnico como boa ou má. Neste
aspecto, os algoritmos dos exemplos acima são ótimos. São
tecnologias maravilhosas. Quem trabalha na área sente-se extasiado
em ver o que um algoritmo é capaz de fazer, tecnicamente falando,
entender suas engrenagens internas e perceber como isso pode
realmente mudar a sociedade, na prática e, de preferência, para
melhor!
Mas do ponto de vista moral, um algoritmo destes da rede social pode
ser usado, por exemplo, para induzir pessoas a um comportamento, para
influenciar pensamentos dos menos atentos, para direcionar resultados
de eleições etc etc etc.
E, neste aspecto, volto à frase inicial da primeira parte deste
artigo, dizendo que o facebook está ficando chato! Porque além do
algoritmo selecionar os anúncios comerciais do meu interesse
(baseado nas pesquisas que eu faço), ele seleciona também os
assuntos do meu interesse, baseado nas curtidas, compartilhamentos e
visualizações que faço. Ou seja, se eu costumo curtir e visualizar
assuntos referentes a “artes plásticas”, por exemplo, então,
com o tempo, irá mostrar para mim postagens, comentários e pessoas
que curtem os mesmos assuntos. Mostram os outros, também, claro, mas
concentra-se nesses, que são assuntos correlatos ao meu interesse.
E isso vai se aperfeiçoando com o tempo, fazendo com que o assunto
mostrado seja, cada vez mais parecido com o meu interesse, ou pelo
menos o interesse que eu demonstro nas curtidas e compartilhamentos.
As pessoas que têm o hábito de curtir todos (não apenas aqueles
que ela realmente gostou), não percebe muito esta seleção feita
pelo algoritmo, pois, afinal, ela curte tudo! Mas aqueles que só
curtem o que realmente gostam começam a percebem que na sua rede
social aparecem mais assuntos relacionados ao seu gosto, ao seu
interesse. Dentro de algum tempo, a impressão que dá é que aquele
assunto é o que todo mundo fala, que ninguém mais pensa em outra
coisa, a não ser nas mesmas coisas que você. E isso fica chato.
E fica perigoso também.
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